terça-feira, 12 de agosto de 2008

18-01-2008 - Qumran

A programação deste dia era conhecer a região do Mar Morto e do Deserto da Judéia. Já conhecemos Masada e agora vamos a Qumran. Este era um dos dias que também esperava muito por ele!Qunram é um lugar que desde jovem ouvia falar dos tais manuscritos do Mar Morto, da história do jovem pastor que atirou uma pedra em um jarro de cerâmica e ouviu um sonido diferente... Não muito mais que isso eu sabia.

Saímos então de Masada retornando em direção a Jerusalem, pois Qumran está a 22 km de Jerusalem.


Entrada de Qumran

Chegamos ali na hora do almoço. Neste dia me juntei a uma turma muito esperta e legal. Eles chegaram 1 dia antes de nós em Tel Aviv e tiveram oportunidade de conhecer supermercados e se supriram de alimentos que não precisavam usar os restaurantes a nós impostos. Como não estava com fome, peguei apenas uns petiscos e fiquei com eles debaixo destas árvores. Muito limpo o local!


Entrada de Qumran
estas árvores estão em frente ao estacionamento da foto acima
Estas paradas já são estratégicas, sempre tem um restaurante e uma "lujinha de survenir" que se não se segurar... vai embora o dinheiro.
Pra variar... o pessoal entrou direto nas "lujinhas". O Moshe, nosso guia de Israel, já até sabia o que o pessoal queria... neste lugar ele nem se dignou a nos contar a história do local. Foi aí que o Rogel, nosso guia brasileiro, entrou em ação.


Qumran está situada na fissura do Mar Morto entre dois barrancos profundos, em uma área onde atividades tectônicas são freqüentes e a precipitação média anual é muito baixa. O meio ambiente atual é árduo e difícil para o cultivo; mas foi precisamente o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu significativamente para preservação de estruturas e de materiais arqueológicos encontrados na região.
Abril de 1947, no vale de Khirbet (ruína) Qumran, junto às encostas do Mar Morto, Juma Muhamed, pastor beduíno da região, recolhia seu rebanho quando ao seguir atrás de uma ovelha desgarrada percebeu que havia uma extensa fenda entre duas rochas. Curioso, atirou uma pedra e ouviu o ruído de um vaso se quebrando. No vaso, encontrou pergaminhos.
Este momento caracterizou-se como um marco para o mundo arqueológico: A Descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.
Desde então, a tradução e divulgação do seu conteúdo têm atraído atenção mundial, e uma grande expectativa tem se instaurado quanto a possíveis segredos ainda não revelados.

Jarros onde estavam os manuscritos
Os pastores tentaram sem sucesso vender o material em Belém. Mais tarde, foram finalmente vendidos para Athanasius Samuel, bispo do mosteiro ortodoxo sírio São Marcos em Jerusalem para Eleazar Sukenik, da Universidade Hebraica, em dois lotes distintos. A autenticidade dos documentos foi atestada em 1948. Em 1954, o governo israelense, que já havia comprado o lote de Sukenik, comprou através de um representante, os documentos em posse do bispo, por 250 mil dólares.

Foram encontrados em 11 cavernas, nas ruínas de Qumran, centenas de pergaminhos que datam do terceiro século a.C até 68 d.C., segundo testes realizados com carbono 14. Os Manuscritos do Mar Morto foram escritos em três idiomas diferentes: Hebreu, Aramaico e Grego, totalizando quase mil obras.
Eles incluíam manuais de disciplinas, hinários, comentários bíblicos, escritos apocalípticos, cópias do livro de Isaías e quase todos os livros do Antigo Testamento.
De acordo com os estudiosos, os Manuscritos estão divididos em três grupos principais: Sectários, Apócrifos e Bíblicos. Os Bíblicos reúnem todos os livros da Bíblia, exceto Ester, no total 22 livros. Os Apócrifos são os livros sagrados excluídos da Bíblia, e, finalmente os Sectários que são pergaminhos relacionados com a seita, incluindo visões apocalípticas e trabalhos litúrgicos.
Caverna 1
Descoberta por um pastor beduíno que perseguia uma ovelha perdida, os Rolos do Mar Morto achados aqui mudaram o estudo do Velho Testamento.Foram descobertos Sete rolos: - Manual de Disciplina, Guerra dos Filhos da Luz, Rolo de Ação de graças, Isaias 1 e B, Gênesis Apócrifo e Comentário de Habakkuk.

Caverna 3
O Rolo de Cobre foi achado nesta caverna em 1952. Este era o único rolo que foi fotografado em situ.O Rolo de de Cobre está em exibição no Museu de Amman na Jordania e lista 63 tesouros escondidos no deserto da Judeia entre a área do Mar Morto e Jerusalém.
Caverna 4
Esta é a mais famosa das cavernas do Mar Morto. Mais de 15.000 fragmentos de mais de 200 livros foram achados, 122 rolos bíblicos (ou fragmentos) foram achados, mais que todas as outras 11 cavernas de Qumran juntas, todos os livros do Velho Testamento estão representados menos Esther. Nenhum fragmento do Novo Testamento foi encontrado.
Interior da Caverna 4 Caverna 5 (primeiro plano)


Esta corroída caverna foi descoberta pelos arqueólogos (também descobriram as cavernas 4, 7, 8, 9, e 10; os beduínos descobriram as cavernas 1, 2, 4, 6, e 11).Ela esta num terraço perto do Mar morto no local de Qumran, estima-se que originalmente havia entre 30 a 40 cavernas nesse terraço.
Caverna 5 vista a distância

Caverna 6
Esta caverna não era usada para habitação, servia apenas como depósito. Um único jarro foi encontrado nesta caverna.Hoje esta caverna é a mais acessível para visitação (seguindo do aqueduto de Qumran para as colinas ela está à esquerda.

Caverna 7 (à direita), 8 (à esquerda)
Todo material achado na Caverna 7 estava em Grego. A caverna desmoronou logo após os rolos terem sido escondidos. Na caverna 8 foram descobertos 8QMezuzah, Gêneses, e cem tiras de couro pequeno com textos
Caverna 10 (à direita da Caverna 4)
Havia muitos fragmentos nessa caverna, só foram encontrados rolos completos nas cavernas 1 e 11.
Caverna 11
Foram achados aqui os últimos Rolos do Mar Morto, totalizando trinta rolos, inclusive Levíticos e o Rolo do Templo.
NOTA:
Em todas as 11 cavernas, alguns livros bíblicos foram achados em grande número: 34 cópias de Salmos 27 cópias de Deuteronômio 24 cópias de Isaias 20 cópias de Gênesis
O Rolo do Templo esteve sob a posse de um negociante de antiguidades (Kando) até 1967 quando ele concordou em vender o livro por $110.000 após ter sido preso por Yadin.
A seguir fotos da região mostranso o relevo e várias cavernas:





Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética (devota, mística) que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores.
Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.




ACAMPAMENTO DOS ESSÊNIOS

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