terça-feira, 12 de agosto de 2008

18-01-2008 - Massada

MASADA – A ÚLTIMA FORTALEZA JUDAICA
Massada é uma forma romana do hebraico "Metzada" que significa Fortaleza, também grafado Masada, é um monte rochoso fortificado localizada no deserto da Judéia, vizinha do Mar Morto.
Atualmente constitui-se num símbolo da resistência do antigo reino da Judéia, como o reduto onde os últimos patriotas judeus preferiram o auto-sacrifício à dominação pelo exército romano em 73 d. C., e é o local onde os recrutas das Forças de Defesa de Israel fazem o seu juramento de fidelidade: "Masada não cairá nunca mais".

Constitui-se ainda num dos locais turísticos mais visitados do país, não apenas pelo conjunto edificado, e beleza natural circundante, mas pelo seu passado lendário.

HISTÓRIA

Quanto aos primeiros ocupantes de Masada, ainda é algo obscuro. Para Flávio Josefo, o seu grande construtor foi Herodes, todavia antes dele havia passado por ali, o Sumo Sacerdote Yonathan, que alguns identificam com Judas Macabeu (metade do século II a. C.) e, outros, com Alexandre Janeu (103-73 a. C.).

No primeiro século o Rei Herodes – governador de Israel que se curvava aos romanos – aproveitou as características do local, naturalmente inexpugnável para construir uma elaborada fortaleza sobre o topo desta montanha, incluindo espaçosos palácios, luxuosas casas de banho, depósitos bem estocados e doze enormes cisternas. Embora ele tenha construído a fortaleza por medo (ou paranóia) do Egito, ela lhe servia também como local de descanso.

O domínio romano sobre a Palestina que data-se do ano 63 a. C, não foi aceito de forma passiva. A resistência judaica ao domínio romano só assumiu uma forma mais universal no ano de 66 d. C., tornando-se uma guerra de grandes escalas, que foi sufocada no ano 70, após um longo cerco a Jerusalém.

Após a tomada de Jerusalém, os romanos começaram a operação de limpeza das áreas conquistadas. Algumas rebeliões foram surgindo ao longo do processo, os mais conhecidos são os dois baluartes judaicos remanescentes – Herodion e Maquerontos entretanto, foram rapidamente esmagados pelos romanos e suas forças de ocupação. Masada foi deixada para o novo procurador, general Flavius Silva.

Na primavera de 73, a fortaleza encontrava-se ocupada por 960 zelotas, incluindo mulheres e crianças, sob o comando de Eleazar ben Yair.

O general Flavius Silva, reassumiu as operações militares no sul da Judéia. Em fim de março, marchou de Jerusalém em direção a Masada com a Décima Legião e uma tropa auxiliar de milhares de soldados, além de milhares de prisioneiros judeus que trabalhavam como escravos, produzindo alimentos e fornecendo água para o exército. As tropas tomaram posição diante de Masada, passando a construir oito acampamentos de campanha na planície do lado Oeste da elevação.

Os engenheiros militares romanos decidiram que seria construída uma única rampa para o topo do monte, iniciando-se a movimentação de terras. Em pouco tempo alcançou os 100 metros de altura e, em sua extremidade foi montada uma plataforma de 22 metros de altura por 22 de largura. Em seguida, uma torre foi posicionada contra a muralha. Do seu alto, os artilheiros romanos faziam disparos com os escorpiões e balistas, enquanto que na sua base, um aríete golpeava a base da muralha.

Quando a muralha foi rompida, os legionários que penetraram pela brecha constataram a existência de uma segunda muralha, interna. Ao atacá-la, por sua vez, com o aríete, constatou-se que esta fora construída com vigas de madeira alternadas com pedra, técnica que absorvia os golpes de aríete. Desse modo, a 2 de maio promoveu-se o incêndio desta muralha, iniciando-se os preparativos para o assalto final no dia seguinte.

Enquanto isso, na fortaleza, os zelotas acompanhavam os preparativos romanos, constatando a iminência do assalto romano. Durante a noite, decidiram que preferiam morrer a ser escravizados ou mortos pelos romanos. Sacrificaram assim as mulheres e crianças, e depois os próprios defensores, até que restaram apenas dez e o comandante Eleazar ben Yair. Tiraram sortes para ver qual deles sacrificaria os demais. Após cumprir a sua tarefa, o último homem ateou fogo ao palácio, e lançou-se sobre a própria espada, ao lado da família morta.

Na manhã do dia 3 de maio, os legionários ultrapassaram a brecha aberta na muralha interna, encontrando a fortaleza em silêncio. Chamando os rebeldes à luta, apresentou-se uma anciã seguida por uma mulher jovem, parente de Eleazar, e cinco crianças pequenas, que haviam se escondido em um dos condutos de água subterrâneos. Estava encerrada assim a Primeira Revolta dos Judeus.

Masada tornou-se um símbolo de Israel e da liberdade.

"Masada é importante porque conta ao mundo que o legado judaico não pode ser apagado, que a sorte judaica, mesmo quando está em seu ponto mais baixo, está destinada a reviver e ressurgir. Que os judeus são o povo da eternidade."


Nosso passeio...

Saímos cedo do hotel para aproveitarmos bem o dia, pegamos a estrada em direção ao deserto da Judéia, na foto abaixo sol reflete sobre o Mar Morto.



Abaixo mais algumas fotos do deserto da Judéia ou Negev








Chegamos ao local, como sempre tudo muito bem organizado com ótima infra estrutura e próprio para receber os turistas.


A visitação pública é feita pelo lado Sul, a partir da estrada de Bersheva. No local há estacionamento para veículos e um teleférico para acesso ao alto do monte.
Como em todos locais, sempre tem as "lujinhas" para loucura dos turistas.
Existem 2 alternativas para subir ao Monte: pelo bondinho (teleférico) ou a pé, que é gratuita e pelo antigo "Caminho da Cobra", a primitiva trilha que percorre a encosta. Escolhi o bondinho.

"O cume era alcançado por apenas dois caminhos: o do lado oriental, era denominado de "Caminho da Cobra"", tinha uma extensão de cerca de 6 km e meio e era tão estreito que quem o percorria tinha de colocar exatamente um pé à frente do outro; o outro, no lado ocidental, era guarnecido por um forte, a 450 metros de altura, no topo.


Do nosso bondinho fotografamos algumas paisagens:


Da plataforma vimos o bondinho que nos levaria lá para o monte. Que ansiedade para ver o que há lá em cima.
Do nosso bondinho vimos o outro que estava voltando e a plataforma de descida.
Também avistamos esta paisagem
Aquele quadrado do lado esquerdo da foto é um dos acampamentos romanos

Para cima, começamos avistar a plataforma de descida do bondinho e já algumas ruínas. Esta estradinha, as vezes com escadinha, é a utilizada pelos que preferem ir a pé.


Mais um pouco do deserto que circunda o local



Finalmente chegamos. Eu, Marilene, estou em Masada




De lá do alto se avista o Mar Morto




Antes de mostrar o que vimos, há um local preparado para os turistas conhecerem esta história. Cada guia se posiciona nesta maquete e nos conta como foram os acontecimentos.

Este é o monte visto de cima

Esta maquete retrata o método de se obter e armazenar a água.

“Herodes mandou plantar hortaliças e grãos na montanha, além de construir enormes cisternas escavadas na pedra para coletar água da chuva, com capacidade para mais de 40 milhões de litros.”

A mesma maquete sob outro ângulo

"Ele construiu todo um intrincado sistema de aquedutos para drenar cada gota de chuva abastecendo as cisternas, em meio ao deserto, em um clima árido onde raramente há chuva, e mesmo assim, muito escassa."

"As cisternas na parte superior da rocha de Masada eram também abastecidas de água pelo trabalho de milhares de escravos e de bestas de carga."




Esta é outra maquete que mostra como o palácio de Herodes fora construído e onde estava localizado.

“Herodes também construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de mosaicos, afrescos, colunatas e até uma piscina. Para garantir a auto-suficiência de seu refúgio no deserto”
Bem agora que conhecemos a história... vamos conhecer o local como está hoje.

A foto abaixo, da National Geographic, dez/2008 mostra claramente este local (clique nela para ampliar e você verá a maravilha do local)


Logicamente que parte do local foi alterado para receber o turista, mas a estrutura princpal permanece

Continuando nosso passeio... após descermos do bondinho, fomos seguindo esta estradinha que nos levava ao topo do monte e lá fomos visitando várias ruínas.




Atrás desta ruina é a entrada do local de quem vem pelo bondinho. Esta ruína - acima e abaixo - era a fortaleza


Abaixo: interior da fortaleza



Vamos conhecer a Sinagoga

"Dos locais mais incríveis que podem ser observados em Masada há duas mikvaot (estruturas usadas nos banhos de purificação ritual judaica), que preenchem perfeitamente todas as requisições prescritas pela Halachá (conjunto de leis da religião judaica), além de uma sinagoga, única ainda preservada desde o tempo do Segundo Templo.



Entrada da Sinagoga

Interior da Sinagoga


Uma mikva - estruturas usadas nos banhos de purificação ritual judaica ou um tanque batismal

Os Armazéns de Herodes

A foto abaixo é a ruína dos armazéns



Eram estruturas retangulares, que serviam para estocar alimentos por muito tempo. As construções seguiam os padrões arquitetônicos da época, sendo compostas por dois blocos principais (sul e leste), cujas paredes chegavam a uma altura original de aproximadamente 3 m. Foram encontradas aí centenas de recipientes quebrados, muitos dos quais tinham as inscrições T (do hebraico truma: merecimentos dos sacerdotes) e ma’aser kohen (dízimo sacerdotal). Foram achadas também, cerca de cem moedas dos 2° e 3° anos da revolta e fragmentos de estanho e outros metais.

Casas de Banho

Na foto abaixo pode-se verificar que foram construídas passarelas para os turistas para manter a estrutura original



Nesta foto observe que há um traço preto na parede Indica que até o traço preto é a estrutura original, a partir dali é uma reconstrução mais recente obedecendo a arquitetura original

"Grande construção ao sul do terraço superior e a oeste dos armazéns, com paredes recobertas de gesso, nas quais havia tubulação condutora de calor (caldarium) e, sob o chão, estavam pilares que compunham o hipocausto que aquecia o caldarium. O ar quente era conduzido por tubos que se comunicavam com um forno adjacente ao caldarium. Em sua parte norte, havia uma banheira de quartzo, num nicho semicircular, abastecida de água fria e no outro lado uma banheira para banho quente. No complexo, a construção menor e mais simples correspondia ao frigidarium, piscina de água fria. Entre o caldarium e o frigidarium estava o tepidarium de temperatura ambiente, mais luxuoso. O vestuário (apoditerium) era também decorado luxuosamente. A entrada consistia num amplo pátio, cujo solo de mosaico branco e preto era igual ao do terraço superior."

O Palácio


Esta é uma das sala do palácio - piso superior


Esta fota fora tirada da sala do palácio acima que é o 2º pavimento

O palácio estava no extremo oeste da rocha, atingindo uma área de 36.000 pés² (10.972,8m²). Compunha-se de três alas principais: Parte habitável, a sudoeste, com grandes estâncias e pequenos quartos em torno de um pátio. Foram encontrados aí vestígios do trono e de uma casa de banho privada. Ao norte, havia uma ala de serviço semelhante à anterior. Finalmente, na parte oeste, encontram-se armazéns e a parte administrativa. Os primeiros davam a esse subconjunto de construções independência em relação às outras partes. Seu sistema de abastecimento de água era independente dos demais. Próximas ao palácio havia vivendas (2 ao norte e 1 ao sul).



Suas despensas guardavam jarros de azeite, vinho, farinha e frutas. Herodes também tinha um estoque de armas suficiente para um exército de dez mil homens.
Após a morte de Herodes, a fortaleza de Massada foi ocupada por uma guarnição romana que ficou aquartelada ali por quase cem anos

Este local hoje é conhecido com Quarto dos Pássaros ou das Pombas que vem aqui se alimentar, porem era o Columbário, é provável que aí fossem encerrados os restos das incinerações dos membros não judeus da corte.

Abaixo uma série de fotos do local




Uma das piscinas do palácio



Mais uma vista lá embaixo
Este é o caminho da serpente. A subida leva em média 1 hora para subir.
Em nosso grupo muitos optaram por descer a pé.
Observe que tem um grupo grande subindo... ou descendo?


Mais outra paisagem vista da descida do bondinho
Eu em diversos locais de Masada. Este rapaz é soldado escoltando algum grupo também. A arma dele está no meio entre nós dois.

Massada vista da estrada

Depois de Jerusalém, Masada é o destino mais procurado por turistas em visita a Israel. Sua fama deve-se ao fato ter-se transformado símbolo de resistência do povo judeu a submissão de outros povos. 960 judeus cometeram suicídio após uma decisão coletiva, no século um por se recusarem a tornarem-se escravos dos romanos, submetidos a sua vontade. É símbolo de coragem e resistência.
Fontes:



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