segunda-feira, 11 de agosto de 2008

17-01-08 - Yad Vashem

Localizado no Har Hazikaron (em hebraico: Colina da Recordação), uma elevação na área ocidental de Jerusalém, o Instituto e Museu Yad Vashem inclui vários monumentos, arquivo central e centro de pesquisa e documentação do Holocausto. Para atender a tudo isso é composto do Museu Histórico do Holocauto, uma nova Sala de Nomes, um Museu de Arte do Holocausto, um Pavilhão de Exposições, um Centro de Aprendizado um Centro Visual e uma Sinagoga.

Mapa de todo o complexo
Não vistamos todo o complexo em função do tempo, pois passamos a tarde inteira e assim mesmo não foi possível. É muita coisa para se ver. Conselho: não vá em excursão se de fato quer ver, saber e aprender.


Dos locais acima enumerados no mapa acima, visitei os seguintes:
1 - Central de Visitantes

3 - Lanchonete e Restaurante

4 - Av. dos Justos das Nações

5 - Museu Histórico do Holocausto

6 - Sala dos Nomes

13 - Sala da Recordação

14 - Pilar do Heroísmo

15 - Memorial das Crianças

16 - Praça Janusz Korczak



O nome Yad Vashem vêm da passagem bíblica do Livro de Isaías 56:5 “E vos dei em minha casa e em vossos muros uma memória(Yad) e um nome(Shem). Melhor do que filhos e filhas é um nome. Um Nome Eterno vos darei que jamais será esquecido(arrancado).

”O objetivo principal do Yad Vashem é eternizar a memória do Holocausto e o ensino às próximas gerações para que as tragédias e suas cenas terríveis não sejam jamais esquecidas. Por este motivo, o Yad Vashem desenvolve um memorial perpétuo. Arquivos e relatos bem como coleção de objetos, documentos e até mesmo testemunhos que posteriormente são publicados, bem como a coleta de nomes de vítimas a fim de preservar sua memória, ensino e educação.
Yad Vashem também tem a força da lei para premiar não judeus com o título “Justo das Nações do Mundo” aos que com bravura em seus corações salvaram judeus das garras dos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Vista Geral do Complexo

Entrada Principal - No alto o seguinte verso bíblico está escrito em inglês e hebraico
"Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que Eu, o SENHOR, disse isto, e o fiz, diz o Senhor" Ezequiel 37:14

Como podem observar, o estacionamento fica lotado de ônibus de excursão

Após subirmos a ladeira (de ônibus), o primeiro prédio que visitamos é a Central do Visitante que serve como ponto de orientação, informação, recepção e reunião.
É aberto para todas as direções com vista para a sede e as paisagens ao redor.


No piso inferior encontram-se: lanchonete, restaurante, banheiros e maleiros
(para visualisar melhor é "clicar" nas fotos)
Após almoçarmos, caminhamos através da Av. Justos da Nações (abaixo), em direção ao Museu Histórico do Holocausto que está após este portão
A “Avenida dos Justos entre as Nações” é composta por árvores que formam uma trilha em direção ao museu. Cada árvore foi plantada em homenagem a um não-judeu que arriscou sua vida para salvar judeus, durante o Holocausto. São 19 mil árvores, atualmente, lembrando pessoas que não tiveram medo de sofrer represálias nazistas pelo fato de ajudarem a salvar vidas judias.
Qual nossa surpresa ao ver esta cena... já dá para imaginar o que nos espera lá dentro.
(tudo muito limpo e organizado)

“Vocês estão prestes a entrar em um mundo diferente. Um mundo negro onde o mal reinou durante doze longos anos. Um mundo criado por seres humanos para matar outros seres humanos. A Shoá foi uma tentativa dos nazistas e seus cúmplices de aniquilar o povo judeu. A tentativa falhou. No entanto, antes que a matança fosse interrompida, seis milhões de judeus pereceram. Nós somos o que restou do mundo judaico”. Elly Dlin, diretor do Yad Vashem - Revista Morasha Edição 42 - Dezembro de 2003









Este Mapa indica com mais detalhe o que há em cada pavilhão do Museu.

Mais surpresa! Que arquitetura diferente! Seu interior tem a forma de um prisma triangular e possui uma passarela de aproximadamente 180 metros de comprimento com entradas/saídas para 10 salas de exposições cada uma dedicada a um capítulo na história do Holocausto. Não há como caminhar apenas pelo corredor central e entrar na sala que desejar, pois há obstáculos de forma que é obrigatória a entrada em cada sala, nem que seja para dar uma rápida olhadela.




Esta estrutura foi construída sob a forma de uma espiga que corta o monte. Olhando do alto, parece que está encravado no monte. Sua parede é feita de concreto reforçado, e abrange uma área de mais de 4.200 metros quadrados, a maioria dos quais é subterrâneo. Na borda superior do eixo há uma clarabóia. A luz do céu ilumina toda a extensão do prédio com luz natural.
Ao contrário da exposição no antigo museu, que era essencialmente composto por fotografias, a nova exposição é uma apresentação multimídia, utilizando-se da moderna tecnologia para incorporar depoimentos pessoais dos sobreviventes, bem como objetos doados por eles ou pelas famílias de todos aqueles que pereceram, ou ainda por outros museus de todo o mundo. A título de curiosidade há cerca de 68 milhões de páginas de documentação e perto de 300.000 fotos e centenas de filmes, vídeos com depoimentos dos sobreviventes entre outros milhares de livros e periódicos e m diversas línguas do mundo inteiro.

Estas 10 salas de exposições estão divididas cronologicamente. Cada 2 salas aborda o mesmo tema: Vamos chamá-las de Galerias, ou seja um total de 5 galerias.

A 1ª galeria faz uma retrospectiva das políticas antijudaicas na Alemanha, de 1933 até 1939, que é composta pelas salas 1B e 2.


Na Sala 1B encontram-se as vestimentas das vítimas encontradas nos campos de concentração de Klooga, Estônia. Foram encontrados também restos de fotografias, documentos pessoais queimados parcialmente que retratavam as vidas das vítimas.



Na Sala 2 conta a história da Alemanha nazista (1933 - 1939) e a perseguição dos judeus. Com a tomada do poder parte do nazismo, o antissemitismo racial se converte em ideologia do governo. De cidadãos com os mesmos direitos, os judeus se converteram em párias, perseguidos, asilados e sem possessões.



(observe os obstáculos no corredor central)


A 2ª galeria retrata a evolução dos guetos na Polônia, de 1939 a 1941, que são as salas 3 e 4.
A Sala 3 relata que diante da negativa da Polônia em ceder Danzig, as tropas alemãs invadiram o país em 1º de setembro de 1939 e travaram uma guerra antipolítica com os judeus, aterrorizando-os com maltratos, humilhações, trabalhos forçados, destruição de sinagogas, desapropriação de suas propriedades. Nesta sala é relatada esta situação.



(livros dos sobreviventes encontrados em campos de concentração)

Sala 4 mostra diversas situações da prisão dos judeus em guetos na Europa Oriental e a política nazista antijudia na Europa Ocidental ocupada, Holanda, França e norte da África. Retrata 4 guetos: Lodz, Varsovia, Theresienstadt e Kovno.


As salas 5 e 6 pertencem a 3ª galeria que aborda os assassinatos em massa, a partir de junho de 1941, com a invasão da então União Soviética pelos alemães.
Na Sala 5 contem infomações sobre a invasão alemã na União Soviética em junho de 1941 e o início da implementação da Solução Final. Assadinatos em massa dos judeus na União Soviética, Croácia, Sérvia e Romênia. Na Conferência de Wansee em janeiro de 1942 as autoridades alemãs coordenaram os detalhes para a implantada da Solução Final em toda Europa e Norte da África.


A Sala 6 conta a deportação da Polônia e do resto da Europa para aos campos de concentração. Informações sobre os assassinatos de judeus motivaram a organização de movimentos clandestinos armados culminando no levantamento do gueto de Varsóvia e a exterminação dos judeus no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau

A 4ª galeria retrata a Resistência Judaica, que podem ser vistas nas salas 7 e 8.


A Sala 7 mostra o silêncio do mundo livre, uma atitude de indiferença e mesmo hostilidade para com a situação dos judeus europeus. Judeus lutando em movimentos partidários de resistência. Movimentos de resistência judaica e tentativas de salvamento por justos das Nações. Nesta sala encontra-se o uma foto de Norman Gershman homenageando um muçulmano albanês que resgatou judeus durante o holocausto. Vide foto abaixo:





Já quase no fim da visitação , a Sala 8 apresenta várias fotos, muitas delas conhecidas pois são mostradas através de filmes e documentários. Estas fotos mostram como era a vida dos presos nos campos de concentração nazistas. Mostram os prisioneiros lutando pela sobrevivência e agarrado a um lampejo de esperança. Aproxima-se o final da guerra e são forçados a realizar a "marcha da morte", onde as mortes continuaram até a libertação. Mostra também o fim da guerra e a revelação do horror nos campos. É terrível imaginar que fizeram isso com pessoas inocentes! Para mim foi a sala mais triste. Incrível ver a vontade de viver daquelas pessoas!

Finalmente a 5ª galeria ilustra a história da libertação dos campos, a rendição dos alemães, o final do conflito e o período após 1945. Mostra, ainda, o Julgamento de Nüremberg, que julgou e condenou os criminosos nazistas. Estão ilustradas nas salas 9 e 10.
A Sala 9 retrata a luta dos sobreviventes para retornar à vida após a libertação e à busca de parentes que sobreviveram. Com certeza a esperança é a última a morrer! Os sobreviventes constroem uma nova vida, mesmo estando sozinhos nos campos de concentração e desprezados lutam para emigrar para Israel ou outros países.


Sala 10 é a penúltima sala e está localizada do lado direito, é conhecida como a Sala dos Nomes, a qual foi criada para registrar a memória daqueles que tiveram suas vidas ceifadas pelos nazistas. Ela contem o nome dos judeus que pereceram no Holocausto. Há um cone com as fotos destes homenageados. Terminais de computadores estão a serviço do público para realizar buscas no Banco de Dados dos nomes das vítimas da "Shoah" e também para acrescentar os nomes dos que ainda faltam.

("clique" na foto para ampliá-la)




A Sala 11, a última da visitação, neste prédio, tem um vídeo, "Enlace" que apresenta o espírito humano que sobreviveu ao Holocausto.



porta da saída, vista pelo lado de dentro

Após a passagem pela sala de vídeo nos dirigimos para a saída, em direção à porta de vidro. Ao sairmos, depois de tanto ver histórias tristes temos a grata surpresa de nos deliciar com esta bela paisagem:
Na saída se depara para uma varanda que avista Jerusalém, que para alguns deslumbrante, pois o visitante sai de um corredor escuro para a luz solar direta, isto é se a meteorologia e a hora do dia permitire, e pode constatar o renascimento de um povo unido, que não desistiu.

Abaixo 2 ângulos da vista desta "varanda"



há fotos lindas nestes endereços:
http://travel.webshots.com/photo/1153435250054954195wJhmjE
www.palestineremembered.com/GeoPoints/Yad_Vas...

Abaixo encontram-se fotos de vários ângulo de como termina o prédio do Museu do Holocauto.Parecem asas.



Saindo do Museu...

Ao terminarmos a visitação, o grupo já não estava mais unido, pois a medida que nos interessava o assunto de cada sala, observávamos com mais atenção e com isso houve dispersão. Eu estava sozinha!



Apesar de parecer que estamos nas alturas, quando avistamos Jerusalem, estamos no patamar inferior, portanto para sair existe ainda a necessidade de subir para o próximo piso, para completar a visitação. Subi uma escada rolante e fui para o próximo local, depois de rapidamente passar pelo Centro de Aprendizado. Estava numa praça onde havia varios locais de visitção, fui orienta a entrar na Sala das Lembranças ou Sala de Recordção (Hall of Remembrance).
Neste local, calmo e de tamanho respeito, há uma tocha acesa incessantemente. É a chama da luz eterna que brilha em memória dos milhares exterminados nos campos de concentração. Impossível não se emocionar! Não consegui tirar uma foto sequer, nem me lembrei disso!
Ao redor da chama, estão inscritos na parede e no chão os nomes dos 22 campos nazistas e dos demais locais de matança.







Estas fotos mostram o respito tanto de pessoas públicas ou comum que vão a este local prestar suas homenagens

Depois soube que neste local, não visitado em função do tempo, havia a Sinagoga: esta exibe objetos das sinagogas destruídas na Europa, o Pavilhão de Exposição
: onde há exposições temporais sobre diversos temas e o Centro Visual: centro de recursos e base de dados de películas e testemunhos relacionados ao holocauisto com instalações para melhorar a visão.
Saímos em direção ao Memorial das Crianças, local imperdível para visitação.
Antes de chegarmos ao Memorial das Crianças, passamos por mais este lugar, que fica na mesma direção. Esta grande coluna chamada Pilar do Heroísmo é uma homenagem à resistência judaica durante o Holocausto. Na inscrição no pilar diz: "Agora e sempre, na memória de quem rebelou nos campos e guetos, que lutou nas florestas, e as resistências dentro das fileiras das forças aliadas, que de forma heróica chegou Terra de Israel, e que morreu santificando o nome de Deus." o Escultor: Buki Schwartz.
Como nosso guia queria deixar o Memorial das crianças para o final ainda fomos visitar rapidamentes este local onde há uma homenagem a Janusz Korczak e as Crianças do Gueto. Este educador, Dr. Henrik Goldschmidt (nome que usou durante muito tempo) abriga as crianças em seus braços. Ele e as crianças de seu orfanato foram enviadas para Treblinka.
Rapidamente sua história relacionada a este evento: Em 1939, com o início da II Guerra Mundial, Korczak tentou se alistar no exército polonês mas foi recusado por causa da sua idade. Ele testemunhou a chegada do Wehrmacht (nome do exército alemão durante a segunda grande guerra) à Varsóvia. Quando os nazistas criaram o gueto de Varsóvia em 1940, seu orfanato foi obrigado a se mudar para dentro do gueto. Korczak foi junto, por sua vontade, para não abandonar suas crianças. No dia 5 de agosto (para alguns 6 de agosto) de 1942, soldados alemães levaram as cerca de 200 crianças que estavam no orfanato, aproximadamente 12 funcionários e Janusz Korczak para o campo de concentração de Treblinka.


Este é um candelabro de alumínio, que realmente não me lembro onde estava localizado, possui 6 braços que surgem da espiral e representam os 6 milhões de judeus que pereceram no holocausto. Este candelabro é o símbolo do Yad Vashem.
Chegando próximo ao imperdível Memorial das Crianças, temos mais este monumento...







... em homenagem aos jovens e crianças que morreram na guerra.
Observem que as colunas estão incompletas. Cada coluna indica uma vida que foi ceifada antes da hora, ou seja, tiveram seu crescimento interrompido.
Finalmente, chegamos ao último local tão indicado para a visitação: Memorial das Crianças
Este é um monumento único, que está erigido numa caverna subterrânea, homenageia cerca de 1,5 milhões de crianças judias que pereceram durante o Holocausto. O Memorial das Crianças foi projetado pelo arquiteto Moshe Safdie e construído com a generosa doação de Abe e Edita Spiegel, cujo filho Uziel foi assassinado em Auschwitz com a idade de dois anos e meio.


A medida que se vai entrando, você observa que há um rosto infantil esculpido na pedra. É o rosto de Uziel
Entramos no Memorial propriamente dito, onde há velas acesas, que é um costume da tradição judaica para lembrar os mortos. Elas estão refletindos infinitamente em um espaço escuro e sombrio, criando a impressão de milhões de estrelas brilhando no firmamento. Uma voz firme e forte recita o nome da criança assassinada, sua idade e o país de origem. Voce ouve isso enquanto passa por uma passarela totalmente escura. Os nomes das crianças foram retirados das Páginas de Testemunho na Sala dos Nomes do Museu.
Estas fotos vão se alternando a medida que a voz vai anunciado seu nome e origem
Para você saber como é esta sensação, veja o vídeo abaixo:

site do Yad Vashem: http://www.yadvashem.org/
e tantos outros assim como as fotos também

Um comentário:

sandro luis disse...

gostei muito dessa sua postagem achei por acaso aqui na net, estou eu escrevendo justamente sobre o holocausto, ou melhor estou escrevendo sobre o que muitos pensam em porque deus permite tanto sofrimento...quem sabe um dia eu nao faça uma viagem desta..meu blog e www.procurandoestradadedamasco.blogspot.com