segunda-feira, 11 de agosto de 2008

16-01-08 - Basílica ou Igreja do Santo Sepulcro

O Quarteirão Cristão se distingue sobre tudo, pelo bom número de mosteiros e igrejas que acolhe. Porém, a Basílica do Santo Sepulcro, é o lugar mais sagrado, pois durante mais de 1600 anos, ela também tem sido o mais venerado dos locais sagrados.


Hoje as chaves para a basílica estão nas mãos de uma família de muçulmanos, que velam com um zelo milenar o Monte Calvário envolvido em disputas. As portas da Basílica são abertas todas as manhãs às 7 horas e fechadas às 19:00 horas. Esta cerimônia é realizada na presença de um ortodoxo grego, armênio, e um padre católico romano.

Wajeeh E. Nuseibeh, que, como muçulmano, respeita Jesus como profeta, é o "Guardião da Igreja do Santo Sepulcro, mas não crê que ele tenha sido o Filho de Deus e ressuscitou, está diariamente no lugar onde, para os cristãos, Cristo derrotou a morte.


"Algumas pessoas se irritam e dizem: 'por que os muçulmanos estão aqui'? Mas não conhecem a história", explica.

Essa história remonta ao tempo do califa Omar, que conquistou Jerusalém em 638, segundo Nuseibeh.


No que era o Monte Calvário havia então uma igreja bizantina do século IV, e o Califa encomendou sua custódia a Ubadah ibn al-Samit, um antepassado da família de Nuseibeh. A chave "passou de pai para filho, geração após geração", explica Nuseibeh. A família perdeu seu trabalho com a tomada de Jerusalém pelos soldados cristãos da Primeira Cruzada em 1099. Mas 88 anos mais tarde, o sultão Saladino derrotou os cruzados e devolveu a chave aos Nuseibeh com a missão de servirem de intermediários entre as diferentes vertentes da fé cristã. Essa missão é sua vida e a honra de sua família. "Estamos muito orgulhosos", afirma o muçulmano, que destaca a importância de Jesus também no Islã. "No Corão o nome da Virgem Maria é mencionado 40 vezes, e nem uma vez o nome da mãe de Maomé", afirma.

A tarefa está registrada em documentos religiosos - ao contrário do trabalho feito pelos Nuseibeh antes das cruzadas, que permaneceu como um relato oral na família. Nuseibeh será substituído à porta da Igreja por seu filho ou um de seus irmãos, afirma, o que fará com que a família continue guardando o túmulo de Jesus.

Entrada da Basílica - vista lateral direita


Entrada da Basílica - vista do alto da lateral direita



Entrada da Basílica - vista do alto da lateral direita




Mas continuando... vamos conhecer um pouco da história da Basílica:



Na seqüência da destruição de Jerusalém em 70 d.C, o imperador romano Adriano visitou a cidade em 129-130, ordenando a sua reconstrução segundo um modelo que visava fazer dela uma cidade pagã chamada Aelia Capitolina, construiu um templo na tentativa de apagar qualquer vestígio do cristianismo e dedicado aos deuses Júpiter, Vênus e Junon.

Neste sentido, o imperador ordena que o local identificado com a sepultura de Jesus seja coberto com terra e que nele fosse construído um templo dedicado a Vênus. Este marcava perfeitamente o local, de tal maneira que, quando Santa Helena, mãe do primeiro imperador cristão, Constantino, veio à Terra Santa em 326 d. C., soube exatamente onde procurar o lugar onde Cristo fora enterrado.

Em 313 o imperador Constantino decretou o Édito de Tolerância para com os cristãos (ou Édito de Milão), que implicou o fim das perseguições - o Imperador impôs a conversão forçada do império romano ao cristianismo.


Em 326 a sua mãe, a imperatriz Helena, visita Jerusalém com o objetivo de procurar os locais associados aos últimos dias de Cristo. Em Jerusalém ela também identificou o local da crucificação (a pedra denominada Gólgota) e a tumba próxima conhecida como Anastasis ("ressurreição", em grego).

O imperador decidiu então construir um santuário apropriado no local, a Igreja do Santo Sepulcro.

Quando os edifícios romanos foram demolidos, foram descobertas várias tumbas cortadas na rocha. Uma delas foi identificada como sendo a de José de Arimatéia. A rocha inclinada era cortada em torno desta tumba, deixando uma beirada perpendicular livre no sítio da atual Edícula.



Edícula - vista aérea


Edícula - vista de frente


Edícula - vista de frente


Entrada da Edícula


Os arquitetos inspiraram-se não nas estruturas religiosas pagãs, mas na basílica, um edifício que entre os romanos servia como local de encontro, de comércio e de administração da justiça.

Pouca coisa resta da estrutura bizantina original, que foi incendiada e saqueada pelos persas em 614, que roubaram os seus tesouros. A basílica foi reconstruída pelos bizantinos.



Em 638 a cidade de Jerusalém passa para as mãos dos muçulmanos. Os primeiros líderes muçulmanos de Jerusalém revelaram-se tolerantes para com o Cristianismo; porém em 1009 o califa fatimida Al-Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo o Santo Sepulcro, os túmulos de Arimatéia e de Jesus, determinando que se fizessem em pedaços, pedra por pedra, todas as relíquias cristãs. A notícia da sua destruição foi um dos fatores da origem das Cruzadas.

Em 1099 os Cruzados tomaram Jerusalém e construiram uma nova Basílica do Santo Sepulcro que no seu essencial é a que se encontra hoje no local. A maior parte do prédio que o turista apreciará em sua visita a Jerusalém, foi recuperada pelos cruzados.

A nova igreja foi consagrada em 1149. Debaixo da igreja encontra-se a cripta de Santa Helena, local onde a mãe de Constantino afirmou ter encontrado a cruz na qual Jesus foi crucificado.

Com o regresso de Jerusalém ao domínio islâmico, Saladino proibiu a destruição de qualquer edifício religioso associado ao Cristianismo.

No século XIV o local começou a ser administrado por monges católicos e por monges ortodoxos gregos. Outras comunidades pediam também a possibilidade de gerir o local (coptas egípcios e coptas sírios).

Local do Calvário

Desde o tempo dos cruzados, os recintos e o edifício da Basílica do Santo Sepulcro tornaram-se propriedade das três maiores denominações - os greco-ortodoxos, os armênio-ortodoxos e os católicos romanos. Outras comunidades - os copta-ortodoxos egípcios, os etíope-ortodoxos e os sírio-ortodoxos - também têm certos direitos e pequenas propriedades dentro ou a pouca distância do edifício. Os direitos e os privilégios de todas estas comunidades são protegidos pelo Status Quo dos Lugares Santos (1852), conforme estabelece o Artigo LXII do Tratado de Berlim (1878).

Por esta razão esta Basílica possui uma arquitetura variada, pois ela se divide entre estas 6 dnominações que tem feito suas próprias aportações e são mais de 25 capelas que se encontram em seu interior.


A construção atual é do século XII, mas foi restaurada no século XIX, depois de sucumbir a um feroz incêndio. Em seu interior destaca-se o Calvário, a Capela de Adão, os ícones do Katolicão, a Capela de Santa Helena e o Santo Sepulcro.





Distribuição das Possessões dentro da Basílica

Após o terremoto de 1927, a autoridade política local teve que intervir a fim de realizar reparos de emergência (segundo as previsões do Status Quo dos Lugares Santos). Tal intervenção não tem sido necessária desde 1959, quando as três principais comunidades estabeleceram um Escritório Técnico Comum.


Alguns assuntos, contudo, permanecem sem solução; um deles é a contínua disputa entre os coptas e etíopes ortodoxos a respeito dos direitos de propriedade na Capela dos Etíopes (sobre o telhado da Capela de Santa Helena). Desde o início da disputa, o governo (em seu papel de autoridade política) preferiu não intervir, na esperança de que as duas comunidades resolvam o conflito entre si.

Um dos casos sem solução, porque há necessidade do consenso de todos é a permanência desta sob a janela da fachada que segundo informações está lá desde o século XIX. Sua posição é a mesma há quase duzentos anos.

Quando da retomada da Cidade Velha de Jerusalém, na Guerra dos Seis Dias de 1967, a Igreja estava em péssimo estado de conservação, com o seu interior depredado e muito ofuscado. As cúpulas foram então restauradas pelo governo de Israel, instalando vitrais que permitem que a luz do Sol ilumine um dos locais mais bonitos e sagrados do cristianismo. Durante certo tempo, foi questionado se o túmulo de Cristo realmente foi dentro da Igreja do Santo Sepulcro.


Sobre o Local da Sepultura

Na época do Templo, as autoridades judaicas não permitiam a realização de sepultamentos dentro das muralhas da Cidade-Santa e, hoje em dia, se constata que a Igreja está situada dentro das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. Ocorre que séculos após a morte de Jesus, o traçado da Muralha de Jerusalém foi estendido para que envolvesse também a sagrada Igreja do Santo Sepulcro. Recentes pesquisas e escavações de arqueólogos israelenses, comprovaram que o local onde a Igreja estava situada, na época de Cristo se situava fora das Muralhas da Cidade-Santa, próxima a um portão, tornando-se um lugar adequado para sepultamentos. Este fato foi paralelamente confirmado pela descoberta de muitos outros túmulos da época de Jesus naquela área

A tradição cristã assegura que este foi o local onde Jesus Cristo foi crucificado e enterrado. Dentro da Igreja, encontra-se a célebre Rocha do Gólgota, sobre a qual estava depositada a cruz em que Jesus foi crucificado.
Sobre Minha Visita Neste Local
Fiquei muito impressionada neste local, tanto pela quantidade de visitantes quanto pela grandiosidade do local. Eu não tinha idéia, quando li no roteiro da viagem o que era este local (infelizmente não estudei nada antes da viagem). Estava um pouco confusa pois mal dava para entender o que o guia pretendia nos informar e portanto, dado ao cansaço e ao burburinho de pessoas e o horáario para cumprir, me senti impelida a sair o quanto antes do local. Vi pessoas chorando, ajoelhando-se com dificuldade apenas para beijar locais supostos que aconteceram os fatos relatados aqui, e outras menos crédulas até zombando. Procurei, embora não concordar com muito do qe vi, respeitar a fé de cada um.
A seguir uma seleção de fotos de vários locais do interior da Basílica:

Cúpula sobre a Edícula

Pedra da Unção - térreo

Lanternas ou Castiçais próximo a Pedra da Unção

Cúpula sobre a Pedra da Unção



Capela Armênica

Katolicão Grego


Uma das entradas é através da Alameda Santa Helena, no Quarteirão Cristão, através deste portão


Eu e um sacerdote grego e uma parente dele (acho que irmã)
Ao escrever este passeio, fiz uma pesquisa na internet e achei o seguinte blog http://metatronaliyah.blogspot.com/ que é de um rapaz que visitou esta igreja e tem muitos detalhes importantes. Ele de fato estudou e analisou cada canto.

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