quinta-feira, 31 de julho de 2008

16-01-2008 - Jerusalem - Parte da Via Dolorosa e Muro das Lamentações

Depois de visitarmos a região do Tanque de Betesda, ainda caminhando a pé, fomos até o Muro das Lamentações, que já está no Quarteirão Judaico e onde seria a nossa próxima parada, porem até chegarmos lá, passamos por um trecho da Via Dolorosa dentro do Quarteirão Muçulmano.
A Via Dolorosa começa no Quarteirão Muçulmano, próximo ao portão dos Leões, no "Omariyye College" que a tradição considera que era o Pretorium de Pilatos e termina na Igreja do Santo Sepulcro no Quarteirão Cristão. Esta rota é marcada por 14 estações.
No mapa abaixo, está o percurso da Via Dolorosa. As últimas estações terminam dentro da Igreja do Santo Sepulcro


Antes de chegarmos ao Muro das Lamentações, passamos por parte do Mercado Árabe, ruas estreitas com arcos, que também fazem parte da Via Dolorosa e enquanto isso vimos um pouco deste comércio.

Estes pães, embora esteja a céu aberto é vendido normalmente e é pego com a mão mesmo, tanto por turistas como moradores locaisl. Eu não comprei mas experimentei e é bem gostoso, o meu tinha sementinhas de gergelim e estava quentinho



Finalmente chegamos ao local onde está o Muro das Lamentações


Por que o Muro das Lamentações (ou Kotel ) é sagrado?




Por que será que o Muro das Lamentações atrai gente de todas as origens e religiões?


São seis as razões para tal. Vejamos, a seguir:

As forças de Roma, sob o comando do General Vespasiano, já haviam sitiado Jerusalém. Ele, que estava prestes a se tornar o próximo imperador romano, consignou a destruição dos quatro baluartes do Templo a quatro de seus generais. O Muro Ocidental, Kotel, foi designado a Pangar. No entanto, D’us decretara que este Muro jamais deveria ser destruído pois a Shechiná, o Espírito Divino estará sempre presente.


Lado feminino

Quando Tito , filho de Vespasiano e comandante dos exércitos romanos na Judéia entrou em Jerusalém os generais seguiram as ordens recebidas e demoliram a parte que lhes tocara, todavia Pangar não o fez. Vespasiano já imperador chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

“Por que não destruíste aquilo de que te encarreguei?”

Ao que ele respondeu:

“Por tua vida, agi em honra de teu império, pois se tivesse demolido aquele muro, ninguém, nos anos vindouros, teria idéia da grandiosidade do que destruíste. Mas quando as pessoas virem o Muro Ocidental, hão de exclamar: -Contemplai o poder de Vespasiano, basta ver pelo que ele não destruiu!” (Midrash Raba, Lamentações 1:31).

01 - Local do Templo Sagrado
O Muro Ocidental é o único vestígio remanescente do Templo Sagrado de Jerusalém, destruído por Tito no ano 68 de nossa era. O Templo, centro do mundo espiritual, era o principal conduto do fluxo da Santidade Divina a este mundo terreno. Quando o Templo existia, havia respeito a D'us, à Sua Torá e entre os homens. Não havia questionamento sobre a existência de D’us. Não havia ateus. Todos reconheciam a existência de um D’us Único e compreendiam a genialidade de suas leis. O mundo transbordava de respeito e amor a D'us.

O Monte do Templo também é chamado de Monte Moriá. Foi nesse lugar que Abrahão entregou em sacrifício seu filho Isaac e onde Jacó sonhou com a escada que o levaria aos céus. Os sábios explicam que o nome “Moriá” é, na verdade, um jogo de palavras: “Moriá é o local de onde brota a sabedoria (horá) , de onde provém o temor a D'usirá) e de onde surge a luz (óra) “.

O Templo Sagrado serviu igualmente ao mundo não judaico. Quando o rei Salomão construiu o Templo, pediu especificamente a D’us que aceitasse as preces dos não judeus que lá fossem orar (Reis I, 8: 41 - 43). O profeta dos judeus, Isaías, refere-se ao Templo como uma “Casa para todos os povos” (Isaías, 56:7). O Templo era o centro universal da espiritualidade, o ponto de convergência de onde a Consciência Divina era filtrada para a terra.

Na Antigüidade, durante a semana de Sucot, 70 touros eram ofertados no Templo. Tal número, explica o Talmud, correspondia a cada uma das 70 nações do mundo. De fato, o Talmud diz que se os romanos (aqueles que destruíram o Templo) tivessem compreendido a abrangência dos benefícios que auferiam com a existência do mesmo, jamais o teriam destruído!
Pedacinhos de Preces elevadas a Deus

02 - Lembrança permanente da Presença Divina
Nossos sábios profetizaram que após a destruição do Templo, a Presença Divina jamais abandonaria o Muro Ocidental. Por essa razão, este jamais será destruído, pois está banhado de eterna santidade. O Talmud (Meguilá 3:3) diz: “Assolarei os vossos santuários” (Levítico 26:31), o que significa que os santuários manterão sua pureza e santidade mesmo quando forem devastados.

No Midrash Raba, Rabi Eliezer diz: A Presença Divina jamais abandonou o Templo, conforme está escrito, “Porque escolhi e santifiquei esta casa, para que nela esteja o Meu Nome, perpetuamente; nela estarão fixos os Meus olhos e o Meu coração, todos os dias” (Crônicas 2, 7:16). Mesmo se o Templo for destruído, sua santidade perdurará... mesmo quando estiver destruído, D’us não o abandonará. Rabi Acha dizia: A Presença Divina e Seu Espírito, a Shechiná, nunca deixarão o Muro Ocidental, conforme está escrito, “Eis que Ele está atrás de nossos muros, a nos espreitar... (Cântico dos Cânticos, 2:9) (Midrash Raba, “Exodo, 2:2).

O Muro é, portanto, um símbolo do povo judeu. Assim como houve várias tentativas de destruí-lo e, apesar de tudo, o Muro continua eterno, de igual maneira o povo judeu superou seus inimigos e permanece eterno!Na Torá, D’us nos assegura que o povo judeu jamais será aniquilado. Ao estabelecer o Pacto Divino, D'us diz a Abrahão: “E estabelecerei a Minha aliança entre Mim e ti, e entre a tua descendência depois de ti, no decurso das suas gerações, para ser um pacto eterno; para que Eu seja o teu D’s, e da tua descendência depois de ti” (Gênese, 17:7).

Conforme escreveu Mark Twain: “Outros povos surgiram e mantiveram bem alta a chama de sua liderança, durante certo tempo, mas sua luz se consumiu e hoje estão na obscuridade ou simplesmente desapareceram. Os judeus conheceram todos esses povos e os sobrepujaram. Tudo é mortal, exceto os judeus; todas as outras forças passam, mas os judeus permanecem. Qual o segredo de tal imortalidade?”

Este é o lado feminino para as orações

Este é o lado masculino para as orações
03 - Local de peregrinação e lágrimas
Enquanto existia o Templo, os judeus faziam peregrinação a Jerusalém três vezes por ano. Durante o seu longo exílio de 1.900 anos, os judeus viajavam a Jerusalém, assumindo riscos e muitas despesas, apenas para ter o privilégio e a honra de orar no Muro. Lá, abriam o coração em preces a D’us, implorando pela redenção de seu povo. Banhavam o muro com suas lágrimas e as pedras amaciavam com seus beijos...
O Talmud (Brachot 32) nos ensina que quando o Templo foi destruído, fecharam-se todos os Portões do Céu – exceto um, o Portão das Lágrimas. O Muro Ocidental, desta forma, tornou-se conhecido como o “Muro das Lamentações”, por causa das lágrimas que os judeus lá haviam derramado, século após século.

De 1948 a 1967, durante a ocupação árabe da Cidade Velha, foi vedada aos judeus a visitação a esse local sagrado. Imaginem a alegria que, hoje, sente qualquer judeu por poder visitar e rezar no “seu” Muro!

04 - Foco das orações
Três vezes ao dia, durante milhares de anos, as preces dos judeus do mundo todo foram direcionadas ao Muro Ocidental. Como o expressou Rabi Yehudá Halevy, de forma tão pungente: “Estou no Ocidente, mas meu coração está no Oriente, em Jerusalém!”.
Nossa tradição mística nos ensina que todas as orações, de todas as partes do mundo, ascendem primeiro ao Muro e, de lá, sobem aos céus. Diz o Talmud: “Se alguém estiver rezando fora da Terra de Israel, deverá direcionar seu coração a Israel. Se estiver rezando em Israel, deverá direcionar seu coração a Jerusalém. Os que estão em Jerusalém devem orar em direção ao Muro. Conforme diz a Bíblia, “...E se orarem a Ti, voltados para a terra que Tu deste a seus pais, para a cidade que escolheste e para o Templo que edifiquei em Teu nome...” (Reis I, 8:48).

05 - Construído com amor e devoção
Quando o Templo estava sendo construído, o trabalho foi dividido entre os vários setores da população. A construção do Muro Ocidental coube aos pobres e eles trabalharam com grande afinco, já que não podiam contratar trabalhadores para, em seu lugar, erigir o Templo
.

Quando os inimigos destruíram o Templo, os Anjos desceram das alturas e, abrindo suas asas sobre o Muro, proclamaram: “Este Muro, obra do suor dos pobres, nunca será destruído” (“Lendas da Terra de Israel”).



06 - Lugar do heroísmo judaico
Quando o Primeiro e o Segundo Templo foram destruídos e durante a Revolta de Bar Kochba, os heróis de Israel lutaram como leões para defender cada pedra do Templo. Desde então, têm servido como exemplo de bravura para os judeus.
Assim como eles, em 1967, nossos soldados lutaram, com sagrada devoção, para libertar o Muro Ocidental e o Monte do Templo.

(Fonte: Rabino Shraga Simmons, artigo publicado na The Western Wall, publicação do Ministério da Defesa de Israel).




Revista Morashá - Edição 41 - Julho de 2003 - http://www.morasha.com.br/edicoes/ed41/kotel.asp

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