quinta-feira, 17 de julho de 2008

15-01-2008 - Jerusalém - Basílica da Agonia ou Igreja de Todas as Nações

Como estávamos no Jardim do Getsêmani, adentramos na basílica pela lateral esquerda (de quem olha de frente)

e esta foi a cena que vi logo ao entrar: uma igreja tão escura que mal dá para se fotografar

Aqui comecei a perceber o quanto o mundo vem aqui adorar os locais. Até aqui ainda não havia percebido este fato. Vi que nos outros locais visitados na Galileia havia uma certa devoção, mas em Jerusalém é que pude perceber nitidamente. Como não faz parte do meu ritual de adoração e louvor a Jesus, havia cenas de veneração que me chocavam. Mas temos que respeitar...

Este é um mosaico na parede dos fundos e representa Jesus sobre a pedra, em agonia (clique para vê-la melhor)

A Rocha da Agonia começou a ser venerada a partir do III século. No IV século, segundo testemunho de S. Jerônomo e de Egéria foi construída por arquitetos bizantinos a primeira basílica, durante o episcopado de S. Cirilo de Jerusalém (348-386) e a administração do imperador Teodósio.
Essa igreja, de 25,50m de comprimento por 16,35 de largura, com três naves e três ábsides, denominada "elegante" pela grande peregrina Egéria, foi destruída em 614, quando um terrível furacão desabou sobre a cidade santa e as hordas de Cosroé II, rei da Pérsia, meteram tudo a ferro e fogo.

Destruída pelos Persas, essa basílica foi reconstruída pelos cruzados no XII século, primeiramente como modesto oratório, posteriomente de forma mais ampla. Também essa desapareceu, provavelmente em 1187, quando da tomada de Jerusalém por Saladino. Passou-se então a celebrar o culto e venerar a Agonia do Senhor na gruta do Getsêmani.

"A atual área do Getsêmani, propriedade dos franciscanos, foi adquirida parceladamente, a duras penas, durante um longo período, ou seja, de 1661 a 1923. Além da longa, sofrida aquisição do terreno, grandes dificuldades causaram os greco-ortodoxos, querendo impedir a construção. Também as autoridades governamentais inglesas protestaram, alegando que a construção "deturpava o caráter medieval de Jerusalém"... Depois de mesquinhas intrigas e longas tratativas, chegou-se a um acordo. Apenas retomados os trabalhos, um sacristão armeno mandou aos operários suspender a construção. Não bastasse isso, um grupo de greco-ortodoxos, armados e coadjuvados por um policial, orbigaram os pedreiros a sustar os trabalhos. Dessa vez, porém, interveio o próprio governador de Jerusalém, o senhor H.C. Luke, e decidiu pela continuação da obra, embora não houvesse unanimidade entre os franciscanos. Tais lamentáveis incidentes pertencem ao passado. Em nossos dias, vive-se felizmente num clima ecumênico.

Apenas estavam iniciados os trabalhos do novo santuário, em outubro de 1919, de acordo com a planta do arquiteto A. Barluzzi, quando providencialmente foram descobertos restos de mosaico da igreja medieval. Imediatamente retomaram-se as escavações e veio à tona a basílica bizantina, a "elegante". Em conseqüência disso, foram revistos os planos da nova construção. Graças a Deus, desta vez, não deu zebra; nenhum ortodoxo se meteu no meio! "

Lá nos fundos (ou frente), vê-se o mosaico por inteiro


Vista da frente (ou fundos) para a entrada da frente

O atual santuário retoma, em proporções mais amplas, o plano basilical em três naves da igreja bizantina. A penumbra, que envolve todo o seu interior, é produzida por doze baixas cúpulas cor azul, pontilhada de estrelas, circundadas de ramos de oliveira. Para o mesmo efeito contribuem as janelas de cor violácea. Toda essa atmosfera sombria quer traduzir o abatimento, a dor do Cristo prostrado em agonia.

Diante do altar emerge a Rocha da Agonia, cercada de uma coroa de espinhos de ferro e de ramos de oliveira. Os pássaros, olhando dentro do cálice, simbolizam os devotos fieis que querem condividir o sofrimento com Jesus. Enfim, duas pombas agonizantes, feridas de morte, inclinadas sobre espinhos. Todo o conjunto impressiona e comove, questiona o visitante acerca da sua conformidade com a vontade do Pai.
Pedra suposta que Jesus estava sentado e sofrendo a agonia (aqui tudo é suposto)

Domo sobre esta pedra

O edifício divide-se em três naves, separadas por seis colunas cor-de-rosa. Cada nave termina numa ábside, ornada de mosaico, que recordam os fatos mais salientes ocorridos na mesma noite: o beijo de Judas (à esquerda), a agonia de Jesus (centro) e o "Sou EU" (à esquerda). "Sou Eu" é a resposta de Jesus aos que o procuravam prender.

Por ser a atual basílica maior que a bizantina, o pavimento de mosaico cobre apenas a área bizantina. O espaço restante é feito de mármore cinzento.

Entra-se na basílica por um único pórtico imponente, sobre o qual vêem-se apresentadas, em bronze a árvore da vida que brota de uma Cruz e quatro volutas mostrando em símbolos os quatro evangelistas, com frases do evangelho alusivas à agonia.

Sobre o tímpano da fachada com dois servos fitando a Cruz, um mosaico apresenta o Cristo Mediador entre Deus e os homens. A seu lado direito, aparecem os poderosos e sábios, que reconhecem a insuficiência de seu poder e da sua sabedoria; ao lado esquerdo, vêem-se os fracos e miseráveis, chorando, porém confiando.

Jesus está com duas letras gregas – Alfa e Ômega, a primeira e a última letra do alfabeto, com base em Apo. 1:3 “ Eu Sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim”


Um do lado esquerdo (nosso), é um de seus seguidores e segura uma tábua com a palavra “Ignoratio”, em latim, que significa ignorância. Isto devido ao fato daqueles cidadãos de Jerusalém serem ignorantes quanto ao seu futuro cruel, um futuro tenebroso que Jesus viu e chorou. Luc. 19

Para a esquerda de Cristo(nossa direita), estão os fracos e miseráveis, eles esperam apesar da sua dor, como esta mãe que dá o seu filho,

No topo dos pilares estão os 4 escritores dos evangelhos: Mateus, Lucas, Marcos e João

Entrada vista por baixo

Coluna da entrada

A basílica da Agonia é chamada também "Igreja das Nações" Vários países contribuíram para cobrir as despesas da construção. Seus respectivos brasões estão reproduzidos nas cúpulas e nos mosaicos absidais.


Clique na foto e encontrará o brasão do Brasil, que foi uma das nações que participou da construção desta basílica

A solene consagração da basílica foi realizada pelo Cardeal Orestes Giongo, em 15 de junho de 1924.

Av em frente a basílica, lá nos fundos vê-se o túmulo de Absalão

Conheça-a, virtualmente, por dentro, no site abaixo:

http://www.3disrael.com/jerusalem/Church_of_All_Nations.cfm

Conheça-a, virtualmente, por fora, no site abaixo:

http://www.3disrael.com/jerusalem/Church_of_All_Nations_view.cfm

Fonte: http://www.christusrex.org/www1/ofm/easter/Getsemani.html

http://www.biblewalks.com/

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